Oração para o teatro nosso de cada dia

 
Talvez nunca tenha sido tão importante falar de teatro, falar com amor, em feitio de oração. Pois o teatro, hoje, não é a uma arte que se faz, mas uma arte que se perde. Como explicar o impasse? São vários os motivos históricos. Na longa lista que seria preciso arrolar, a própria classe teatral deve figurar como culpada. Por inação.

 

Mas o tema aqui não é exatamente este, só de passagem será preciso abordá-lo. O tema é o teatro de 2016, a retrospectiva do ano, por isto a obrigatoriedade de recorrer à forma de oratório: Dioniso proteja o teatro que permanece vivo, pulsante, por aqui, o teatro que incendeia nossa alma, reinventa o nosso sentir, acolhe o nosso coração e muda o nosso olhar diante da vida, dos homens e do mundo.

 

Sim, pois o palco precisa oferecer alguma coisa valiosa, vital, para arrebatar a atenção de uma pessoa tão ocupada como o cidadão contemporâneo, o teatro não pode pretender tomar o seu tempo em vão. E, ainda que além da eterna crise histórica, uma crise contemporânea, cáustica, venha faz algum tempo devastando o teatro carioca, este tesouro sensível, o teatro, persiste, permanece vivo, e se manifesta em explosões criativas multifacetadas, como a queima de fogos no fim do ano.

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