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A cavaleiro do tempo

 
Otempo é senhor dos homens, máquina de engolir gente. O teatro, a arte viva dos homens, é a nossa arma – ele revida, luta para ser o senhor do tempo. Mas o artifício acaba por ser luta perdida, apenas uma lição aprendida, mergulho na humanidade.

 

A afirmação, ácida, é a matriz do melhor teatro. Pois então, comemore: ela rege, cristalina, a cena deste Hamlet sublime, cartaz no Teatro I do CCBB. Anote: é comovente, imperdível, arrebatador. Um dos melhores trabalhos do ano, se não for o melhor.

 

Em cena, Shakespeare e a Armazém Companhia de Teatro proclamam em uníssono a incerteza fundamental de que somos feitos: escravos do jogo do tempo, vontade de poder e de mando irrealizável, inação pura ditada por amarras mesquinhas. Trata-se de uma montagem histórica para o teatro nacional.

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