Uma rede de aço delicada, de micros tramas tecida, qual uma cortina-redoma de voile cor de rosa, separa a literatura da censura, a arte do interdito. Tentar rompê-la é o risco de um vôo cego, é uma temeridade. Lá, no seu interior, um continente palpitante se descortina, precisamente. Ele reúne desafio e ousadia, dilaceramento e gozo, coragem e medo, pulsão de vida e pulsão de morte. A aventura vale o percurso, pois o trajeto nos traz de volta vivificados, cientes de que as letras são apenas artifícios, artes de um ofício, um jogo da razão sensível que nos protege da irracionalidade de tudo. Não se assuste, vá ver – esta será a sensação final de quem se deparar com o espetáculo O caderno rosa…
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