Conversa de festival: o corpo
Um dos grandes méritos dos festivais é o estímulo à conversa de arte. Neste campo, o Festival de Curitiba alcança um desempenho notável. A orientação do evento é esta, favorecer o encontro e a fala. Enquanto uma companhia, um elenco e um número de convidados está na cidade, tudo funciona para favorecer o encontro, a conversa, a troca de ideias.
Curioso observar que acontece até uma bela conversa sem palavras, a conversa contracena, quer dizer, o bate papo animado de uma cena com a outra. De repente, ver tal produção ao lado daquela outra promove um pensamento teatral novo, estimula a descoberta de ligações e rupturas que, de outra forma, na simples sucessão dos cartazes, não seriam perceptíveis.
Na edição de 2019, uma conversa interessante no primeiro bloco de montagens do festival, da estreia do evento até este fim de semana passado, diz respeito à performance e ao corpo em cena. O teatro brasileiro vive hoje uma intensidade física do ator bastante peculiar.