Cultura tropical: ameaças do mesmo
“Sou carioca, nasci no Rio. Nasci numa época em que as maravilhas luminosas do Rio ainda pairavam nos cantos e nas falas. De verdade, elas começavam a evanescer, como se uma bela cidade pudesse ser volátil, deixar de ser encantadora por obra humana. Pois não foram os humanos que inventaram as cidades?… E os encantos? Sim, tínhamos encantos naturais – mas eles não foram descobertos – e destruídos – pelos humanos? Como se deu o mergulho no abismo?
Por ser carioca, considero que tenho carta branca para tratar do assunto. E insisto. O Rio precisa preservar o último tesouro que lhe resta, a capacidade de produzir arte e cultura, inventar, criar, impressionar as sensibilidades com volteios de corpo e de alma. Se a cidade se tornou decadente, a saída está na nossa mão. Prossigamos, lutemos, inventemos, saiamos do mesmo.