Rabiscos humanos hesitantes, seres vagos perdidos na paisagem, amortecidos pelo medo de existir. Elas estão ali, se movem em um cenário de papel riscado, uma vasta folha em branco pontilhada por algaravias de lápis, daquelas dispersivas, traçadas a esmo, quando estamos em estado de liberdade, entregues ao desejo mais imediato, universal, de expressão. A peça é A Primeira Vista, de Daniel MacIvor (A beautiful view, no original – expressão bem mais forte), novo cartaz do Teatro Poeira. O cenário, de Marcos Chaves, é deslumbrante, mais do que adequado ao texto. Funciona com um impacto diabólico para a direção de Enrique Diaz, uma orquestração minuciosa deste novo teatro proposto por Daniel MacIvor. É coisa para gente antenada, em sintonia com o andamento do século:…
Tagged: Crítica, Teatro, Teatro Poeira