Um vulcão chamado teatro
Imagine um vulcão humano em cena em plena erupção, uma torrente de sentimentos em explosão vertiginosa. Você está diante da fenomenal atriz Bárbara Paz. Assim como não se deve jamais ignorar a chance de ver a eclosão de um vulcão, assim não é possível sonhar em perder este trabalho da atriz: é um fenômeno surpreendente da natureza, algo como se o ser humano fosse apenas sentimento, carne, pulsação, matéria insana capaz de governar a alma. Corra para o CCBB, a temporada está no fim: Gata em Telhado de Zinco Quente é o acontecimento teatral do momento na cidade.
Na verdade, é tudo bem mais complexo. Ainda que o desempenho da atriz justifique todo e qualquer esforço para ver a peça, o problema central é que este está longe de ser o único motivo para impor a ida ao teatro. A força avassaladora do espetáculo não é resultado apenas do histórico desempenho da notável jovem atriz. Um vulcão não se faz sozinho, o caso aqui é de tectonismo teatral total.