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Carnaval: papo sério

 
Falam em crise – e não sei dizer se entramos nela. Sim, a coisa está de dar choque em tomada. Mas, para ser bem franca, o Rio de Janeiro está em crise faz tempo. Atolou, voltou ao pântano original. Até nisto a cidade é de vanguarda, está à frente do país. Se bem consigo raciocinar, o Rio está em crise desde a fusão. Começou a afundar quando deixou de ser cidade-estado. E o estado do Rio, como um todo, teria começado a afundar lá pelos idos de 1920. Mas esta não é a história desejada aqui. A questão em pauta é outra – depois do ouro, do café, dos tecidos, da moda, o único produto local de exportação que nos restou é… o Carnaval! É isto: podemos vender alegria para o mundo.

 

Pois bem. Neste caso, precisamos conversar sério e começar a arrumar a casa. Da nossa imensa lavoura do Carnaval, o produto mais acabado, o melhor produto, é o Desfile das Escolas de Samba. É o que temos no momento. Precisamos, então, cultivar a plantação. Não, não é para o Estado, esta coisa deformada brasileira que atrapalha tudo sempre, intervir, interferir mais do que já interfere. A questão é outra: a linha de produção está aí, pronta. Só falta ser entendida, assumida e melhor tratada. A sociedade civil precisa empoderar o desfile de Carnaval. E se apoderar dele.

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