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A peste nossa de todo o sempre

“Contradição insolúvel – desafio lógico inédito para o mundo – identidade Brasil. Por aqui não tem aquela história de tese-antítese-síntese. Somos uma civilização (seria mesmo este, o nome da coisa?) ou, melhor dizendo, uma confusão nova, talvez tese/antítese/pow. Ou pin-pow.

 

Não, não estou falando de nenhum tiro ao alvo ou do velho soldadinho, estou falando mesmo da velha cantiga da infância, tiros imaginários incapazes de resolver qualquer coisa que seja, pura arte de brincar. Ou completa manifestação de impotência, já que somos adultos. O amargor de perceber forças antagônicas, opressoras, que persistem atuando, sempre, sem uma resolução lógica positiva. Na hora do perigo, não há desenlace.

 

O que isto significa? Significa que aqui os contrários caminham juntos, persistem em estado de fúria, desafiam o pensamento e vão dar em nada. Nada caminha de verdade. A vontade de pensar um diagnóstico brasilis surgiu por causa de umas leituras do século XIX. Estou amando loucamente, como sempre, faz tempo, o irresistível Artur Azevedo (1855-1908). Por mim, ele seria decretado baluarte absoluto da alma nacional.

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