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O Jornal do amor e da dor

 
Um dia alguém decide o que você pode ou não pode ser. Desenha a arquitetura dos seus sentimentos, pensa a engenharia das suas crenças, sinaliza a geografia do seu coração. E pronto – você se torna prisioneiro de uma brutal escola de vida, tudo para o seu bem. Parece coisa do passado remoto. Mas não é: está bem aqui ao redor, você está ao alcance da camisa de força. E não é só: por suas escolhas de amor, você pode ser condenado à morte, trucidado. Ou pode perder alguém próximo, uma pessoa querida do seu coração.

 

Como estas tramas se armam para aprisionar as pessoas? São garras remotas, de poderes arcaicos, estranhos, ou partem de colos amorosos, braços fortes de apoio, familiares? As perguntas são incômodas, ácidas. E necessárias, urgentes. Elas constroem a estrutura dramática de O Jornal, de Chris Urch, cartaz precioso do Teatro Poeira, tradução esmerada de Diego Teza. Se você acha importante pensar o mundo em que vivemos, corra para ver. Por amor, apenas por amor, podemos ser varridos do mundo. Portanto, prepare-se para se emocionar profundamente com a constatação da precariedade humana nossa de todo o dia.

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